Homem de Ferro é sim um filme bom, não é o melhor exemplar de uma adaptação dos quadrinhos para as telonas, nem mediano e nem ruim, é simplesmente bom. Na minha humilde opinião, o melhor exemplar de adaptações de quadrinhos ainda é Batman Begins, mas, vamos deixar o morcegão de lado.
Iron Man, nos apresenta ao milionário Tony Stark, playboy, mulherengo, genial e dono de uma mega-corporação que fornece armas para o exército norte-americano, só que um belo dia, após a apresentação do poderoso míssil Jericó, ele é seqüestrado, ferido gravemente e obrigado a trabalhar num projeto para o tal grupo. Tony vê suas armas nas mãos dos bandidos o que o faz reavaliar toda a sua vida de dedicação à criação de poderosas armas, assim nasce o embrião do que seria o herói, Homem de Ferro.
É uma história de origem que segue os passos do filme do morcegão. Nos mostra o herói sendo arrancado do seu normal e jogado num mundo diferente, onde ele não está mais seguro, onde o mundo não é mais um lugar legal de se viver. O que fica claro no filme logo depois que Tony vê toneladas de suas armas nas mãos dos terroristas, o mundo em que o playboy acreditava vai pro beleléu.
Ser seqüestrado por terroristas e ter um dispositivo implantado no peito impedindo que seu coração pare, foi a melhor coisa que aconteceu a Tony Stark, seus olhos foram abertos mostrando que o mundo não é um lugar bonito e colorido de vermelho e azul. O bon viván vê que ele contribui, e muito, para o mundo ser como é, um lugar governado por homens cruéis, um lugar onde tudo o que importa é o lucro. Suas armas matam pessoas inocentes e são usadas por aqueles que deviam ser combatidos por elas. E como o filme mesmo diz “Manda aquele que têm o maior bastão”
Toda a intensidade dramática do filme é centralizada
Outro trunfo do filme é a direção de Jon Favreau, empolgado desde o dia que assumiu a direção do longa. Essa empolgação fica estampada em cada plano do filme. Soluções engenhosas com a câmera e de direção me fizeram gostar ainda mais dele (gostei de Um Duende em NY). A cena mais legal é aquela onde Tony usa o Mark-1 (esses são os nomes das armaduras, Mark-1, Mark-2, Mark-3) para fugir dos terroristas. Câmera na mão, subjetivas... Soluções simples, mas que funcionam muito bem, ponto pra ele. Legal também é o vilão, Obadiah Stane. Jeff Bridges, que dá aulas de cinismo para ganhar um extra no final do mês. O resto do elenco está na média, mas todos estão bem legais, destaque desses para Terrence Howard, empolgado como sempre, também tem a Gwyneth Paltrow, chatinha como sempre. Detalhe para a cena onde Stan Lee, a mente criativa da Marvel, faz sua já esperada ponta, aqui como uma espécie de Hugh Heffner (dono da Playboy), porém creditado como Himself (???)
Legal também são as piadas. O humor está presente em todos os momentos, até naqueles tensos e Downey Jr. está ai de novo. Na coletiva de imprensa, nos testes com o Mark-2, na luta contra os caças F-22 etc... Downey Jr. consegue fazer com que a tensão se dissolva, inclusive no final, um dos mais originais, e engraçados que já vi (esse final conota bem a personalidade do empresário/gênio/playboy/herói, Stark). Destaque para as cenas em que ele contracena com o robozinho que o segue com um extintor de incêndio, simples mas hilária.
O roteiro é um pouco simples e recorre a recursos básicos, o que, na minha opinião, deixa o filme um pouco infantil. Vamos a um exemplo prático: Tony Stark, ao voltar para casa com o dispositivo no peito, manda sua assistente Pepper Potts (Paltrow) jogar fora tal objeto, já que esse está ultrapassado. Claro que a ruiva não joga fora e claro que aquilo vai ser muito importante no rolar da trama. Sério mesmo, quando estava vendo o filme pensei exatamente isso. Recurso muito primário, mas tá valendo, o filme é bem legal. Sem contar que a porradaria no final decepciona um pouco. A luta entre Homem de Ferro e o Monge de Ferro é curta e meio sem graça, vale mais a pena as cenas do herói contra os F-22 e ele detonando os bandidos que o seqüestraram no início. Interessante também que o filme é tão divertido que nem nos preocupamos com a questão “Belicismo & EUA”
Enfim, não vá ao cinema achando que vai ver um primor da sétima arte baseada na oitava. Iron Man é um filme muito acima da média, não é o filme do ano como muitos (eu também) achavam. Sem sombra de dúvida é um dos melhores filmes com o selo Marvel, agora dona de suas produções. Aliás, a Marvel mostrou um carinho muito grande pelo seu universo, colocando
Eu tenho um probleminha com Batman Begins. Estava indo muito bem, mas fiquei um pouco decepcionada com a terceira parte do filme.
Do Homem de Ferro eu gostei muito, achei bem amarrado e sem muita apelação a resoluções inexplicadas, momentos piegas e sem levar a computação gráfica como a coisa mais importante de uma adaptação de quadrinhos.
Vale muito mais um Downey Jr.
Com certeza!!! Nossa, fiquei curioso agora!