Uma bela surpresa é o novo filme do Gigante Esmeralda. O Incrível Hulk, é um filme digno sobre o personagem mais porradeiro da Marvel, deixa a desejar em alguns quesitos. Mas, leva a máxima do personagem aos extremos, nesse filme sim “Hulk esmaga!”

Dessa vez, vemos o Dr. Bruce Banner (Bruce Banner mesmo, sem aquela baboseira do David Bruce Banner do filme de 2003), em plena Rocinha (essa mesmo, a favela do Rio de Janeiro), tentando se “curar” do monstro que vive dentro dele. Porém, o general Ross (aqui vivido por William Hurt) não mede esforços para dissecar o Dr. Banner e extrair dele o segredo de Hulk. Bem, por ai vai, a história se desenrola de uma maneira tão ágil que nem sentimos os 114 minutos de projeção passarem.

Comandado pelo francês Louis Leterrier, O Incrível Hulk tem, não só a força física que o personagem exige, mas também um climão bem legal, que claramente, bebe na fonte da saudosa série setentista de mesmo nome. Aliás, o filme reaproveita conceitos tanto da série quanto do filme de Ang Lee. Não considero esse uma continuação do filme de 2003, o filme existe e aqui vemos alguma coisa que lembra ele, mas não é uma continuação e ponto. O filme em análise está mais para uma homenagem à série do que outra coisa, claro também a reinvenção, muito bem sucedida, do Verdão nas telonas.

Comparações entre os dois filmes do Hulk são inevitáveis. Todos os elementos que faltaram no primeiro filme aqui tem de sobra, o que não é uma coisa ruim. Nota, não estou falando somente da porradaria que faltou no primeiro, ok! Edward Norton pode ter sido um pé no saco dos produtores do filme, mas até que o cara, como sempre, é muito competente e dá aula de como interpretar o fugitivo Dr. Bruce Banner, bem diferente daquele apático e às vezes muito forçado interpretado por Eric Bana no filme de 2003. Outro ponto positivo no elenco é a escolha de Liv Tyler para o papel que foi da Jennifer Connely anteriormente. Tyler dá o tom certo e chega a emocionar um pouquinho na cena em que ela encontra Banner pela primeira vez. Antes que me xinguem, não considero Eric Bana e Jennifer Connely péssimos atores, muito pelo contrário, eu gosto de ambos. Não sei o que é, mas aquele outro filme é todo errado (exceto pela edição, sensacional!!!)

Outras boas surpresas no casting principal do longa são: o já citado William Hurt, que mostra uma faceta mais psicótica do que o de Sam Elliott e claro Mr. Orange, ou melhor Tim Roth na pele de Emil Blonsky que depois vira o vilão Abominável. Lá pro finalzinho aparece um Tim Blake Nelson, na pele de Samuel Sterns (o futuro vilão, Líder) um tanto quanto deslumbrado por estar atuando no filme do Verdão e ainda abrindo um possível novo arco de histórias para filmes futuros.

O diretor, Louis Leterrier, se mostra mais uma vez competente na direção de um filme de ação. Uma pequena retrospectiva da carreira do cara: Em 2005 ele lançou, aquele que eu considero o melhor filme estrelado por Jet Li fora de Hong Kong, Cão de Briga. No mesmo ano ele lançou Carga Explosiva 2, continuação do longa estrelado por Jason Statham... E só... Esse é o portfólio de direção do cara. Vai, olha a moral que o cara tem. Bem, ele estava cotado para ser o diretor de Homem de Ferro que acabou nas, igualmente, competentes mão de Jon Favreau. Foi então que a Marvel ofereceu à ele a direção do Incrível Hulk. Ok, chega de história, vamos ao que interessa. Leterrier é um diretor que sabe tanto comandar cenas de ação de tirar o fôlego quanto comandar um filme coeso e bem amarrado.

Hoje em dia é tão comum vermos filmes feitos parcialmente em CGI que nem me chama tanta atenção. Engraçado é que até um tempo atrás todo mundo fazia um estardalhaço quando um filme assim aparecia. Em O Incrível Hulk, o Verdão é tão real e verossímil que realmente dá para acreditar que ele está ali e não um cara vestindo uma roupa azul com bolinhas marcando as articulações. Incrível mesmo é a cena em que Hulk leva Betty para uma caverna para se abrigarem de uma chuvarada que cai, rola uma coisa meio King Kong ou a Bela e a Fera, mas o que impressiona é como o personagem em CGI se comporta nessa bela cena.

Mesmo sendo um filme com roteiro bem amarradinho, sem deixar muitas pontas soltas, tenho algumas reclamações à fazer sobre ele. Primeira de todas, é claro o português, ignorado durante a produção do longa e dublado para agradar os brasileiros, outra é a pouca participação da linda Débora Nascimento como uma paquerinha de Bruce no Rio de Janeiro. A terceira e a que mais me deixou cabreiro foi o lance de não ser simplesmente a raiva que faz Banner virar Hulk. Em determinada cena, que por sinal seria bem picante, ele decide parar o que está fazendo por estar muito excitado (???). Não engoli essa, mas passa. Ah, sim, faltou um pouco de aula de geografia pra produção do longa,


Caramba, impossível falar desse filme sem levar em consideração as referências. Já citei que o filme bebe tanto na série quanto no outro filme. Vamos lá. A abertura do filme é chupadérrima da abertura da série, assim como a trilha sonora, algumas coisas do figurino e claro, todo aquele lance de fugitivo que rola o filme todo. Isso tudo sem esquecer de Lou Ferrigno, eterno Gigante Esmeralda da série setentista. Aqui, ele meio que reprisa a ponta que fez no filme de 2003 e, digamos, “passa o cajado” para Edward Norton numa das cenas mais legais do filme.

Não podemos esquecer também da já esperada participação de Stan Lee, mente criativa da Marvel. Só que aqui a participação dele é um pouco mais importante que nos outros filmes.

Como a onda da Marvel é juntar seus filme de certa maneira à fim de executar o filme dos Vingadores em 2011, aqui também temos uma participação especial. Tony Stark (Robert Downey Jr.) aparece lá pelo final numa cena bacana onde ele fala um pouco sobre um grupo que está montando. Claro que não é só essa referência do universo Marvel que vemos aqui, tem lá também, o super-soro, que dá origem ao Capitão América, citações de Nick Fury e da Shield, entre algumas coisas legais para fãs dos quadrinhos da casa.

O Incrível Hulk é um filme digno do personagem. Com a Marvel comandando as produções baseadas nos seus quadrinhos a coisa fica bem mais divertida.



2 comentários

  1. Anônimo on 26 de junho de 2008 às 08:57

    Achei a comunidade no orkut! Que legal!
    Bjss..

     
  2. Thiago Flôres on 26 de junho de 2008 às 16:03

    Yeah!!!